“Em nome de Jesus”: bancada evangélica quer igrejas como atividade essencial


Deputados estaduais integrantes da bancada evangélica na Alepe apresentaram nesta terça-feira(16) um requerimento para que a Casa analise em regime de urgência um projeto de lei que classifica as igrejas como atividade essencial.  

Os parlamentares Pastor Cleiton Collins, Delegado Erick Lessa Joel da Harpa, todos do PP, que são autores do requerimento, justificaram a proposição sob o argumento de que a liberação do funcionamento de templos e igrejas durante a pandemia de Covid-19 é “uma pauta relevante diante do cenário atual que nosso Estado atravessa”. De acordo com eles, a urgência se justifica porque “os prazos regimentais já foram transcorridos”.

Outros 14 deputados apoiaram formalmente o pedido de urgência. Entre eles, Adalto Santos(PSB), Aglaílson Víctor(PSB), Alberto Feitosa(PSC), Alessandra Vieira (PSDB), Álvaro Porto (PTB), Antonio Coelho (DEM), Antônio Fernando (PSC), Clodoaldo Magalhães (PSB), Clóvis Paiva (PP), Dulcicleide Amorim (PT), Fabíola Cabral (PP), Fabrízio Ferraz (PP), Gleide Ângelo (PP) e Guilherme Uchôa Júnior (PSC). De todos que assinaram, 11 são da base do governador Paulo Câmara, cinco da oposição e a deputada Dulcicleide, que é da bancada evangélica.

O projeto já havia sido considerado inconstitucional pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 8 de março, porque caberia ao governo, através de decreto, definir quais atividades seriam essenciais no período da pandemia. Mas uma manobra da bancada evangélica, onde não faltaram discussões e acusações, possibilitou o retorno da discussão do projeto.

O deputado Pastor Cleiton Collins defendeu o projeto, afirmando que “as religiões são um socorro, sim, na hora da angústia, para várias pessoas. Principalmente em um momento como este, em que mentalmente as pessoas estão adoecendo.”

Já o deputado Waldemar Borges (PSB), presidente da CCJ, afirmou que o que está em discussão não é a fé e sim a aglomeração. “Nós somos 49 deputados e estamos exercendo nossas funções de forma remota. Então, estamos tentando evitar aglomerações, seja nos coletivos ou em outros locais”.

Fake news em nome de Deus

A discussão em torno do projeto provocou um verdadeiro bate boca entre os parlamentares a favor e contra a proposição. Isso porque a deputada Clarissa Tércio (PSC) publicou fotos nas redes sociais dos deputados que votaram pela inconsitucionalidade do projeto, afirmando que eles “votaram contra a igreja, porque não gostam da Bíblia e abominam a reeligião”. O deputado João Paulo (PCdoB) rebateu a deputada, dizendo que “isso é uma mentira. Isso é mau caratismo mesmo.”

Revoltado, o deputado Tony Gel disparou: “Será que é o Jesus de vocês que está mandando espalhar esses cartazes nas redes sociais com a assessoria do ódio?. Essa inquisição dos tempos modernos não vai me fazer medo”, concluiu o deputado.

Após a sessão, a deputada Clarissa Tércio voltou a publicar fotos dos deputados, afirmando que eles “votaram contra a igreja”.

O pedido de urgência da matéria ainda vai ser analisado pela mesa diretora da Alepe.

Com informações do JConline



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