Covid-19: Pernambuco entra em colapso e tem pior taxa de ocupação de leitos de UTI do Nordeste
Um dia após registrar recorde no número de
mortes do Covid-19, com 2.841 óbitos contabilizados oficialmente em 24h, o
Brasil tem nesta quarta-feira (17) outra marca que expõe a complexidade da crise de saúde pública que
atinge o país durante o enfrentamento da pandemia do coronavírus. São 16 estados em colapso, com taxas
de ocupação de leitos de UTI superiores a 90%.
O quadro é
ainda mais grave em 3 estados - Mato Grosso (104,2%), Mato Grosso do Sul (102%)
e Rondônia (100%) - que possuem 100% dos leitos da rede pública de saúde
ocupados, ou seja pacientes com casos graves de Covid-19 aguardam na fila de
espera para serem internados.
Pernambuco tem a pior situação no Nordeste e,
de acordo com os especialistas, está em situação de colapso. Uma região que
reúne o maior número de estados brasileiros, são 9 no total, e tem atualmente 5
unidades federativas com taxas de ocupação acima de 90%. Pernambuco (96%),
Sergipe (91%), Ceará (92,4%), Piauí (91%) e Rio Grande do Norte (93%)
apresentam os piores índices.
Restam
apenas Alagoas (88%), Bahia (86%), Paraíba (85%) e Maranhão (87,5%), operando
as unidades de terapia intensiva com níveis mínimos de condições que permitam a
garantia de leitos aos pacientes mais graves.
Dados das secretarias de Saúde estaduais
mostram, ainda, que 24 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação
dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acima de 80%. Apenas dois (Rio
e Roraima) ainda não passaram da marca.
Os estados
e municípios geram os dados a partir de critérios diferentes, como a situação
da rede pública e privada, a ocupação de UTI adulta, pediátrica e de Covid-19,
assim como a taxa total que reúne todas as informações.
Puxada por
dois estados acima de 100% da ocupação, a região Centro-Oeste vive a crise mais
intensa do país porque, além de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás
(97,7%) e o Distrito Federal (89%) também apresentam taxas exorbitantes de
interações em UTI. Especialistas explicam que níveis de ocupação acima de 90%
configuram colapso, porque não há margem para rotatividade dos pacientes nos
leitos.
Logo atrás
da região Centro-Oeste vem o Sul, cujos três estados que formam a região estão
colapsando simultaneamente. Paraná (96%), Santa Catarina (97,3%) e Rio Grande
do Sul (99,6%) permanecem há semanas em níveis muito elevados.
O Norte do país também tem uma grave crise
instalada, com Acre (95,3%), Tocantins (92%), Rondônia (100%), Amapá (91%) e,
com ressalvas ao Pará (80,9%), em níveis muito elevados de internações, e com
uma demanda crescente por leitos. Apenas Roraima (68%) está abaixo da faixa de
80% e ainda consegue manter o sistema de saúde público com condições de atender
os pacientes.
O Sudeste, onde somente o Rio de
Janeiro (78,8%) está abaixo da marca de 80%, observa um crescimento cada
vez mais rápido da demanda por leitos de UTI. No domingo (14), nenhum dos
estados da região havia superado 90% de internações; hoje, no entanto, o
Espírito Santo opera com 91% da capacidade ocupada, São Paulo está no limite do
colapso com 89,9% e Minas Gerais se aproxima lentamente com 86,1%.
Veja os estados com
ocupação em leitos de UTI acima de 80%, além do Distrito Federal:
- Paraná
- 96%
- Santa
Catarina - 97,3%
- Rio
Grande do Sul - 99,6%
- São
Paulo - 89,9%
- Minas
Gerais - 86,16%
- Espírito
Santo - 91,05%
- Distrito
Federal - 89,17%
- Goiás
- 97,73%
- Mato
Grosso - 104,23%
- Bahia
- 86%
- Pernambuco
- 96%
- Maranhão
- 87,5%
- Paraíba
- 85%
- Acre
- 95,3%
- Tocantins
– 92%
- Rondônia
- 100%
- Amapá
- 91,04%
- Sergipe:
91%
- Mato
Grosso do Sul: 102%
- Pará:
80,94%
- Alagoas
- 88%
- Ceará
- 92,47%
- Piauí
- 91,1%
- Rio
Grande do Norte - 93,71%
- Amazonas:
80%
Veja os estados com
ocupação em leitos de UTI abaixo de 80%:
- Rio
de Janeiro - Ocupação UTI: 78,8%
- Roraima
- Ocupação UTI adulto público: 68%
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