Fabricante da Ivercmectina afirma que remédio não serve para Covid-19: agora só falta a cloroquina
A
farmacêutica Merck, responsável pela fabricação da ivermectina, informou em
comunicado na quinta-feira (4) que não há dados disponíveis que
sustentem a eficácia do medicamento contra a Covid-19. Assim como a
cloroquina, a ivermectina é um vermífugo usado para promover a eliminação de
vários parasitas do corpo.
Com essa até surpreendente manifestação da Marck com relação à Ivermectina, espera-se que em breve a farmacêutica Apsen ou o SEM, maior laboratório farmacêutico do Brasil, que fabricam no país o medicamento à base de hidroxicloroquina, siga o mesmo caminho da ética e também anuncie que o remédio não serve para o tratamento da Covid-19. Se bem que recentemente a indústria anunciou que iria implementar um plano emergencial para dar conta da alta demanda pelo produto em meio à pandemia do coronavírus.
Recomendada para tratar malária, artrite e lúpus, ela passou a ser utilizada por pacientes com coronavírus após relatos de resultados positivos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma, contudo, que a substância é ineficaz no tratamento da covid-19.
A empresa destaca três pontos da análise:
- Não há base científica para um potencial efeito terapêutico contra Covid-19 em estudos pré-clínicos;
- Não há
evidência significativa para atividade
clínica em pacientes com a doença;
- E há
uma preocupante ausência de dados sobre
segurança da substância na maioria dos estudos.
"Não acreditamos que os dados disponíveis sustentem a segurança e a eficácia da ivermectina além das doses e dos grupos indicados nas informações de prescrição aprovadas por agências regulatórias", diz o comunicado.
Segundo a Merck, os cientistas seguem examinando cuidadosamente as descobertas de todos os estudos disponíveis.
A ivermectina, assim como a cloroquina, fazem parte do chamado ‘Kit Covid’, voltado ao suposto ‘tratamento precoce’ da doença, tão preconizado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo “ministro” general Pazuello, da Saúde.
É importante registrar que por conta da ‘febre’ gerada pelo anúncio de que esses medicamentos serviriam para combater a Covid-19, houve uma verdadeira corrida da população às farmácias, num dramático e arriscado exercício de automedicação.
Também recentemente a imprensa publicou um levantamento que aponta que a venda do medicamento teve um aumento de 557% entre 2019 (antes da pandemia) e 2020 (quando a pandemia começou).
Outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19 também tiveram altas expressivas nas vendas em 2020, como a nitazoxanida.
A ética médica garante, entre outras coisas, o respeito à vida dos pacientes, além de procedimentos seguros e cuidados essenciais prestados pelos profissionais da saúde.
Não se sabe se esses mesmos procedimentos básicos podem ser aplicados à “ética da indústria farmacêutica”.
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