Paulo Câmara e Geraldo Júlio são genocidas, diz Blancard Torres



O médico pneumologista Blancard Torres chamou o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, ambos do PSB, de genocidas. As afirmações causaram alvoroço no meio médico e político de Pernambuco e certamente devem provocar o afastamento do médico do quadro do Real Hospital Português. Isso porque Blancard também tornou pública uma advertência que teria recebido do hospital por ter defendido internamente a administração de hidroxicloroquina nos tratamentos de pacientes de Covid-19.

As polêmicas declarações do médico ocorreram nesta terça-feira(8), durante audiência no Palácio do Planalto com quase 20 representantes do movimento “Médicos Pela Vida”, que defendem o uso precoce da hidroxicloroquina contra o novo coronavírus. No encontro, que também contou com a presença do deputado Osmar Terra(PMDB-RS), o médico pernambucano Blancard Torres se dirigiu diretamente ao presidente Jair Bolsonaro para fazer duras críticas ao governador Paulo Câmara e ao prefeito Geraldo Júlio, e disse que está sendo perseguido por sua posição a favor do medicamento. (Veja íntegra do vídeo acima)

Chamado a dar seu depoimento, Blancard começa traçando um perfil da sua carreira profissional, e declarando-se “medroso”, por temer por sua vida médica, exatamente pelo que passou a declarar. Ele diz que é médico-pneumologista há 40 anos, mas que corre risco profissional em Pernambuco “se eu falar em hidroxicloroquina mais uma vez”.

O médico então se dirige diretamente ao presidente Jair Bolsonaro em tom de apelo: “eu tô pedindo ao senhor presidente que faça alguma coisa, porque senão eu vou parar.”. Em seguida, ele denuncia que o Hospital Português, onde trabalha há 42 anos, o puniu com uma advertência. Neste momento, ele faz acusações diretas ao governador Paulo Câmara e ao prefeito do Recife Geraldo Júlio, esclarecendo que recebeu a advertência profissional “porque eu falei que os genocidas, que são o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio [eles] negam essas medicações”, referindo-se à hidroxicloroquina.

Dr. Blancard Torres passa, então, a exibir um documento que revela o protocolo médico oficial, adotado tanto nas unidades públicas de saúde do Estado quando da cidade do Recife. Ele denuncia que “o protocolo ‘deles’ é o seguinte: vá pra casa, quando tiver falta de ar, volte”. O médico revela o que seria o não-conformismo de parte da classe médica do Estado, “porque a gente sabe quer está salvando vidas”, sentencia, esclarecendo que já atendeu 248 pacientes e “nenhum foi a óbito, fazendo esse tratamento[com hidroxicloroquina]”.

O médico faz um apelo direto ao presidente: “Eu peço ao senhor que faça alguma coisa do ponto de vista de nos proteger. Porque senão eu serei o primeiro a sair dessa luta. O senhor vai perder um soldado, soldado raso, mas se não fizer alguma coisa, eu vou sair dessa luta. Porque eu tô levando pancada de um hospital que eu trabalho há 42 anos, honrado, e perdi minha dignidade, porque estou falando desse tratamento”. Ele denuncia que “esse tratamento tá incomodando muito, tá sendo negado na minha terra, o estado de Pernambuco”.

O pneumologista ainda deve enfrentar problemas profissionais com o Cremepe, o Conselho Regional de Medicina e Pernambuco, instituição a quem é vinculado como profissional e a quem faz graves acusações, dizendo possuir documento do Conselho, que posiciona-se contra esse tipo de tratamento.

Blancard Torres finaliza questionando ao presidente, “como é que nós podemos trabalhar, como é que eu posso fazer vídeo instruindo o povo se eu não tenho o presidente dizendo que não pode me atacar e se me atacarem, ataca o senhor”, revelando em seguida: “sou seu soldado. O senhor é meu capitão e o senhor tem que estar ao meu lado.”

Em seguida, Blancard Torres foi interrompido pelo presidente Bolsonaro, que além de criticar aqueles que são contrários à utilização da droga, declarou a intenção de conversar com associações médicas e entidades.

Um fato importante a se registrar é que na cerimônia ninguém estava usando a máscara recomendada pelas autoridades médicas.

O que dizem as partes citadas?

Nem o governador Paulo Câmara nem o prefeito Geraldo Júlio responderam às afirmações do médico. Da mesma forma, contatado pelo Blog, o Cremepe não comentou o ocorrido e o Hospital Português afirmou que não iria se pronunciar por tratar-se de opinião pessoal do médico.







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