ALERTA: Segunda onda de Covid-19 pode estar próxima




Há meses virologistas e infectologistas já alertavam e previam uma segunda onda de infecções por coronavírus. Eles afirmavam que, quanto mais liberais fossem as medidas de restrição, maior seria o risco de essa nova onda acontecer. Agora, parece que ela está chegando. Pelo menos inicialmente na Europa.

Em muitos países, como Espanha, Bélgica, França e Reino Unido, restrições de movimentação estão sendo novamente reimpostas, de modo a evitar que uma segunda onda de infecções chegue com força. A primeira pegou a maioria desprevenida.

Em muitos países, lojas e restaurantes foram reabertos. Na Austrália, o governo voltou a endurecer as restrições de movimentação após vários casos de infecção entre os frequentadores de bares.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o coronavírus talvez nunca mais desapareça. E adverte sobre as possíveis consequências de não se levar a sério as medidas de distanciamento e de se voltar aos padrões de comportamento de antes da pandemia.

O desejo de viajar também está em alta novamente no Hemisfério Norte, onde agora é verão e, em muitas partes, época de férias – outro motivo para o aumento das taxas de infecção. Muitas pessoas estão se movendo em uma pequena área, festas estão ocorrendo novamente, o risco de infecção está aumentando. Na Alemanha, houve um forte aumento do número de infecções no final de julho.

Quando os números de infecção caem, é o primeiro êxito contra o vírus. Mas se tudo se transformar no oposto, e a taxa de reprodução aumentar, pode-se estar diante de uma segunda onda de infecção.

EUA e Brasil experimentaram recentemente os aumentos mais dramáticos nas taxas de infecção, seguidos por Índia e África do Sul.

Somente no Brasil, mais de 2,4 milhões de pessoas já foram infectadas pelo vírus. Em estados como Santa Catarina e Minas Gerais, a taxa de novos casos e mortes resultantes da Covid-19 voltou a subir.

De acordo com as autoridades do Ministério da Saúde esse aumento também pode atingir estados do Nordeste, como Pernambuco, que tem experimentado uma redução no número de novos casos e mortes, mas que pode ver essa situação mudar com o relaxamento das medidas de confinamento, como reaberturas de bares, lanchonetes, academias, entre outros.  

Gripe espanhola

Não há um padrão internacional uniforme para a definição do que seria uma segunda onda. Mesmo a OMS não tem diretrizes claras.

Já no início da pandemia, os virologistas alertavam para uma nova onda de infecções e apelavam à população para não ver a queda do número de infectados como uma licença para agir sem preocupação.

Os cientistas comparam o coronavírus com a gripe espanhola, que circulou no mundo inteiro de 1918 a 1920. De acordo com a OMS, a gripe de um século atrás matou entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas em todo o mundo.

A pandemia de então progrediu em três ondas. A segunda onda foi muito pior do que a primeira e causou muito mais mortes. Entre as fases, o vírus sofreu uma mutação. E isso também pode acontecer com o Covid-19.

Mutações

Todo vírus pode sofrer mutações. Na melhor das hipóteses, um vírus torna-se mais fraco – ou seja, fica menos perigoso e mata menos. Para que isso aconteça, entretanto, muitas pessoas já teriam que ter desenvolvido uma imunidade ao coronavírus. Se este é o caso da Covid-19, os pesquisadores ainda não sabem.

As pessoas desenvolvem imunidade contra a maioria dos vírus. Uma vez infectado, o corpo produz antígenos, e o infectado se torna imune. O vírus então deixa de ser perigoso para essa pessoa. Se isso também é verdade para o coronavírus, não está claro.

Um teste sorológico permite aos especialistas determinar se alguém desenvolveu anticorpos para o vírus. Esse teste não fornece, porém, nenhuma informação sobre se a pessoa é então também imune ao vírus e, em caso afirmativo, por quanto tempo. Os cientistas estão agora tentando responder a esta pergunta.

No auge da crise do Covid-19, se ouvia com frequência que somente a chamada imunidade de rebanho poderia conter a pandemia. A imunidade de rebanho ocorre quando uma alta porcentagem da população já está imune.

Então, o patógeno não pode mais se espalhar tão rapidamente – mas estima-se que entre 70% e 90% da população teriam que estar imune a um vírus para detê-lo dessa forma.

A revista The Lancet publicou recentemente um estudo realizado na Espanha que diz que a imunidade de rebanho não poderia ser alcançada contra o coronavírus. As pesquisas mostraram que apenas cerca de 5% de todos os espanhóis haviam formado anticorpos contra o coronavírus.

O vírus gosta do frio

Os vírus se sentem confortáveis em ambientes frios. Isso é demonstrado por vários exemplos, como o caso dos surtos de coronavírus em abatedouros de animais no Rio Grande do Sul, onde as temperaturas são geralmente bastante baixas.

Em contraste, eles não se espalham tão rapidamente no tempo quente como no frio. Os especialistas preveem que na estação quente, mais comum nesse período nos estados do Nordeste, deve haver naturalmente menos infecções com o vírus.

Pelo menos essa é a esperança, apesar de vários estados da região, como Pernambuco, estarem em tempos de relaxamento da quarentena.

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