Coronavírus talvez nunca desapareça: cura não interessa à indústria farmacêutica?


Uma afirmação no mínimo preocupante, mas também intrigante, foi feita nesta quarta-feira(13) pela Organização Mundial de Saúde. De acordo com a instituição, o novo coronavírus pode nunca desaparecer e a população terá que conviver com ele.

O alerta foi dado no momento em que alguns países começam gradualmente a diminuir as restrições impostas para impedir sua propagação.

Caso se confirme esse terrível prognóstico revelado pela OMS, uma faceta fica cada vez mais exposta para a humanidade: todos terão de conviver com mais uma doença que precisará ser tratada para o resto de suas vidas, proporcionando mais uma via de lucros bilionários à indústria farmacêutica, assim como ocorre com doenças como o HIV, entre outras.

E mesmo que muitos países estejam literalmente correndo atrás de uma vacina, será que a cura do coronavírus realmente interessaria a essa indústria? O fato é que até o momento, cerca de 30 medicamentos foram selecionados e testados com base na capacidade de interromper a replicação viral ou combater diretamente o coronavírus.

Já entraram nessa lista antivirais, anti-inflamatórios, anticorpos monoclonais, anticoagulantes e até vermífugos ou antiparasitários, na busca por um tratamento seguro e eficaz contra a infecção pelo coronavírus. As pesquisas atiçaram a indústria de medicamentos, que certamente se coloca mais uma vez na linha tênue da ética entre encontrar uma vacina para a cura definitiva e futura erradicação da doença ou a perpetuação do seu tratamento. 

Medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxadina já estão sendo utilizados amplamente em pacientes internados, da mesma forma em que houve uma disparada de interesse por esses medicamentos. Mas fármacos normalmente usados contra HIV, ebola, hepatite C e outras condições também estão sendo estudados como possíveis tratamentos da Covid-19. Laboratórios poderosos como Novartis e EMS já se anteciparam e estão “apoiando” estudos em várias partes do mundo em busca de tratamentos para a doença.

Mas os especialistas alertam para perigos dessa pressa, por conta dos efeitos colaterais graves das drogas, incluindo complicações cardiovasculares, risco de insuficiência renal e hepática e alterações na visão. Eles apontam o fato desses medicamentos serem tóxicos, com risco das reações mais adversas, que podem se manifestar de formas diferentes, de acordo com cada paciente.

Até os próprios cientistas estão céticos com relação à cura definitiva da doença.

"Temos um novo vírus que atingiu a população humana pela primeira vez e, portanto, é muito difícil prever quando o venceremos", disse Michael Ryan, diretor de emergências da OMS. "Talvez esse vírus se torne outro vírus endêmico em nossas comunidades e talvez nunca desapareça", disse em uma teleconferência de Genebra. "O HIV não desapareceu", comparou.

A OMS alertou que não há garantia de que o fim do confinamento, que afetou metade da humanidade, não gere uma segunda onda de contágios. "Muitos países gostariam de encerrar as diferentes medidas" de confinamento, disse o diretor da mais alta autoridade sanitária do mundo, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Mas nossa recomendação é que os países ainda mantenham o alerta no nível mais alto possível", acrescentou.

Segundo Ryan, ainda há um "longo caminho a percorrer" para voltar ao normal. Acredita-se que "os confinamentos funcionam perfeitamente e que o desconfinamento será genial. Mas são cheios de riscos", alertou o virologista irlandês.

Ele também insistiu que a humanidade "tem uma grande oportunidade" de encontrar uma vacina e torná-la acessível a todos.

Resta saber se há esse interesse por parte dos gigantescos conglomerados químicos e farmacêuticos.

NÚMEROS – O novo coronavírus, que surgiu na cidade chinesa de Wuhan no final de 2019, já contagiou mais de 4,2 milhões de pessoas e matou quase 300.000 no mundo todo.

Veja, ainda, no link abaixo, como já está a briga da indústria farmacêutica em torno dos recursos que podem ser gerados por uma vacina ou pelos medicamentos: Mesmo antes de existir, vacina para Covid-19 gera disputas entre países e empresas

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