Sem prestígio com o governador, Ana Célia vê obra da Compesa passar longe de Surubim
Numa demonstração de total falta de prestígio com o
governador Paulo Câmara, a prefeita Ana Célia(PSB) está vendo mais uma grande
obra da Compesa passar longe de Surubim, e aprofundar ainda mais a situação de
colapso no abastecimento d’água pelo qual passa o município.
Vamos aos fatos.
Na sexta-feira(29.12.17), o presidente da Compesa, Roberto
Tavares, esteve em Brasília, onde assinou contratos de financiamento da ordem
de R$ 384 milhões em 10 projetos de financiamento que vão atender 18 municípios
do Estado.
As obras de água e esgoto vão beneficiar municípios como o
Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Camaragibe,
Gravatá, Garanhuns e Petrolina, além de diversos outros municípios do Agreste Meridional
e Setentrional.
O governo do estado vai realizar dez obras grandiosas, que
incluem a melhoria no fornecimento d’água, mas nenhuma vai beneficiar Surubim.
Pior que isso, um dos principais projetos vai trazer água da Transposição do
Rio São Francisco para municípios como Santa Maria do Cambucá e Vertente do
Lério, por exemplo, mas Surubim foi solenemente ignorada, conforme mostramos mais
abaixo.
Um dos principais e mais ousados projetos, a Adutora do Alto
Capibaribe, prevê um investimento de R$ 82 milhões e tem como principal objetivo
acelerar o fornecimento de água do São Francisco para o Agreste Setentrional. A
obra vai beneficiar as cidades de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Jataúba,
Taquaritinga do Norte, Vertentes, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá e
Vertente do Lério, além de levar água até para o município de Barra de São
Miguel, na Paraíba.
Os municípios de Santa Maria do Cambucá e Vertente do Lério,
ex-distritos de Surubim, fazem limite com esta cidade, mas no planejamento da
obra não há a previsão de alongamento da adutora, de forma que beneficiasse
Surubim.
Já na última sexta-feira(12), o deputado
estadual Diogo Moraes, do mesmo partido de Ana Célia, estampou em sua página do
facebook uma foto comemorando a ida do governador Paulo Câmara e do governador
da Paraíba Ricardo Coutinho (também do PSB) para Santa Cruz do Capibaribe, onde
assinaram ordem de licitação para o início das obras de construção da Adutora
do Alto Capibaribe, como mais uma conquista para o agreste pernambucano.
As obras reforçam, ainda, o fornecimento d’água para o polo
de confecção do Estado, porém desloca cada vez mais a cidade de Surubim deste
polo.
Um olhar mais atento ao recorte do mapa de Pernambuco
mostrado abaixo, revela que a obra do Alto do Capibaribe, que fará chegar água
da Transposição do Rio São Francisco às cidades de Santa Maria do Cambucá e
Vertente do Lério, não terá “força”, diga-se política, para chegar a Surubim,
mesmo as cidades sendo limítrofes.
Nesse caso, temos que considerar algumas possibilidades: 1 -
Os parlamentares ligados à Ana Célia não reivindicaram ao governador a
ampliação da obra ou não questionaram; 2 - Ana Célia não fez o mesmo ou o
governo também não o fez; e 3 – Surubim não está com influência ou força política
no governo para ter moral para fazer tal reivindicação.
De acordo com a assessoria de imprensa da Compesa, Surubim realmente
não está na lista das cidades beneficiadas com as obras. A assessoria informou
que somente o sistema Pedra Fina/Sirigi fornece água atualmente para Surubim,
sendo que Pedra Fina está com 45% de sua capacidade e Jucazinho está em colapso.
Ainda de acordo com a assessoria, Surubim recebe água apenas
durante 10 dias por mês. A cidade é dividida em cinco setores e cada setor fica
com água somente durante dois dias no mês, em um calendário de 2 por 28. A
vazão de chegada da água na cidade é, em média, de 120 litros por segundo,
durante 10 dias no mês. Isso equivale a 103.680 m3 de água no mês,
conforma informou a assessoria.
Mesmo assim, em muitos bairros a água não chega a todas as
ruas e casas. Em outra postagem, vamos falar a esse respeito e das consequências
relacionadas a isso.
Os ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos ensinavam
que é a vontade política que transforma os sonhos do povo em realidade.
Pelo jeito, com relação a Surubim, a falta de vontade ou
falta de força política falaram mais alto que os sonhos do povo.
E a água, que tanto foi utilizada como promessa
de campanha, se transformou num mar de lama.
Da Redação.
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