Compesa desmente discurso da prefeita Ana Célia em
oficina de política ambiental
O município de Surubim recebeu nos dias 12 e 13 de dezembro a
1ª Oficina Participativa para a construção da Política de Educação Ambiental de
Pernambuco (PEAPE). O evento, que ocorreu na Escola de Referência em Ensino Médio
Severino Farias, teve como objetivo incentivar a discussão e a criação de estratégias
sustentáveis para a conscientização ambiental e contou com a presença da gestora
de educação ambiental da secretaria estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade,
Genilse Gonçalves.
Também presente ao evento, a prefeita de Surubim, Ana Célia,
fez um discurso teatral e vazio, ao afirmar que “A elaboração dessa proposta traz para o nosso
município, como para todos os outros envolvidos, a consciência e a
responsabilidade ambiental, voltada para a sustentabilidade do nosso Estado. É
importante que as pessoas se conscientizem da necessidade de proteção ao meio
ambiente”, conforme publicado no site da prefeitura.
A fala de Ana Célia funcionou, na verdade, como uma cortina
de fumaça frente a um problema muito sério, cuja realidade desmente o discurso
vazio da gestora: a atual administração não tem nenhuma política global na área
de educação ambiental.
Além disso, o que a prefeita não disse é que sua gestão não
quis implantar em Surubim o Projeto Florestar, oferecido pela Companhia
Pernambucana de Saneamento-Compesa.
A proposta foi apresentada em uma reunião realizada no dia
24 de janeiro deste ano, com ampla exposição no auditório do Centro Cultural Dr. José Nivaldo.
Na ocasião, técnicos da Compesa ofereceram o projeto ao município, mas a
prefeita Ana Célia não mostrou nenhum interesse em aderir à iniciativa,
conforme afirma a gerente de Meio Ambiente em exercício da Compesa, Luane Silva:
“O município precisa mostrar interesse pelo projeto. Não recebemos oficialmente
nenhuma manifestação da prefeitura”, afirmou ela, em entrevista à Agência
Pernambuco.
Prefeita Ana Célia na reunião com a Compesa
Foto oficial da palestra com a Compesa
A única contrapartida que a implantação do programa
Florestar cobrava à prefeitura era o fornecimento de ônibus para os estudantes
irem à aula prática no viveiro, espaço para realização das aulas teóricas, que poderia
ser na própria escola, além da manutenção das mudas plantadas, como poda e
aguação das árvores, mas
a prefeita não se interessou.
O
objetivo do projeto, criado em 2016, é a implantação de planos de
arborização urbana e/ou de recuperação de nascentes e áreas degradadas das
cidades, além é ampliar o número de áreas verdes e formar viveiristas multiplicadores,
que aprenderão todo o manejo de sementes, produção de mudas e cultivo de
árvores que podem se desenvolver na região.
Dentre
os critérios de candidatura dos municípios que podem receber o projeto está o
percentual de arborização de vias públicas, que em Surubim tem um nível
baixíssimo.
Com
a implantação do projeto, a Compesa capacita alunos da Rede Pública de Ensino
para se tornarem viveiristas e multiplicadores deste trabalho. No processo de
implantação do projeto, a Compesa faz a doação de cerca de mil mudas de
árvores, que são plantadas pelos alunos e, posteriormente, cuidadas pela
cidade. Mas a prefeita não se interessou em implantar o programa em Surubim.
Dos municípios que já adotaram o programa, destacam-se Arcoverde,
Venturosa, Águas Belas, Sairé e Riacho das Almas.
Quando
o programa foi implantado em meados de abril no município de Riacho das Almas, a
Compesa capacitou 100 alunos da rede municipal de ensino para atuarem como
viveiristas florestais no replantio de mudas e serem colaboradores na
implantação do Plano de Arborização.
O
prefeito da cidade, Mário Mota(PSB), mesmo partido da prefeita Ana Célia,
mostrou que compreendeu o objetivo da iniciativa. “Nosso desafio é florestar o
município, na cidade e na zona rural. Com esse projeto, vamos cuidar também de
nossas nascentes, fazer reciclagem e cuidar do plantio de árvores. O governante
tem que pensar no presente e no futuro, e com esse projeto, nós estamos olhando
para o futuro”, afirmou o prefeito na ocasião.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde, é recomendado que haja 12m2
de área verde por habitante em cada cidade. Surubim está muito distante disso. Com
a chegada do Verão, que começa oficialmente nesta quinta-feira, 21 de dezembro,
a tendência é o município sofrer ainda mais com o forte calor e os efeitos da falta
de chuvas.
A
retórica vazia da prefeita na oficina de construção da política ambiental do
Estado bem que poderia ser substituída por ações práticas. Como ficou claro na afirmação
da representante da Compesa, Ana Célia segue na contramão das boas iniciativas.
Em tempo: a assessoria de imprensa
da prefeitura de Surubim errou ao chamar a representante do governo do Estado,
Genilse Gonçalves, de secretária estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade,
quando, na verdade, ela ocupa o cargo de gestora de educação ambiental
da referida secretaria. O titular da pasta é o secretário Sérgio Xavier. Ele já
anunciou que vai deixar o cargo para se dedicar a projetos de Economia Circular,
mas só em janeiro de 2018. Na oficina, ela estava representando a secretaria e/ou
o secretário.
Da
Redação
Foto da oficina: Alian Aragão (Prefeitura de Surubim)
Olá, bom dia. Gostaria de entrar em contato com o blog para discutir possíveis parcerias e pautas, como faço? Pode mandar o contato para alessandro.abate@inpresspni.com.br ????
ResponderExcluir